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textos de letícia

Textos de Letícia Parente

→ Depoimento para o catálogo Arte e novos meios. São Paulo: FAAP

→ Letícia Parente by letícia Parente

→ Proposta de arte experimental

→ Proposta de seriação de trabalhos

→ Proposta geral da obra em vídeo (com sinopses e fichas técnicas)

→ Arte postal: produção de vídeo (relato)

→ Videoarte - proposta geral da obra (PDF, 2,6MB)

→ (Sem título) (dois diagramas, PDF, 3,5MB)

→ (Sem título) (categorização dos trabalhos, PDF, 6,4MB)

→ (Sem título)(sobre substancialismo (PDF, 2,6MB)

→ Conceito em exploração: substância (PDF, 900KB)

→ Conceito: substância (diagrama, PDF, 345KB)

Conceito em exploração: mistura (PDF, 890KB)

Conceito: mistura (diagrama, PDF, 345KB)

Teste de enunciado rápido - conceito: fase (PDF, 890KB)

(Sem título) (sobre a linha de trabalho, manuscrito, PDF, 1,8KB)

→ (Sem título) (manuscrito 28/5/75, PDF, 1,8KB)

(Sem título) (manuscrito 19/6/75, PDF, 1,8KB)

(Sem título) (manuscrito 19/6/75, PDF, 1,8KB)

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Letícia Parente por Letícia Parente

Letícia Parente

A característica principal do meu trabalho é não ter se fixado em nenhuma característica preferencialmente. A sua dinâmica é mais ramificada do que linear. Deixo que ele persiga um processo, o meu processo de descoberta e visão. Suas raízes de unidade evidentes estão dentro de mim e resultam da interação da minha realidade com a realidade social e histórica do meu tempo e do meu momento. É mais interrogativo que descritivo. Atendendo a uma intencionalidade com o máximo de rigor que me é possível, a uma coerência de leitura que possa conseguir, nem por isso escapa a um contorno maior, acrescido pela interação da obra com aqueles que a fruem. A participação do público é um elemento esperado e levado em conta.

De acordo com o projeto, ora faz ênfase maior sobre a arqueologia do tempo presente, ora sobre uma linguagem denunciante e crítica. Há variação de meios. Há seleção de meios. Há somatória e combinação de meios. De preferência meios não convencionais. Crítica à maneira tradicional de arte, desde que não se coloque como objeto de consumo, no sentido de não estar dirigido à venda, embora isso possa ocorrer. Aberto a vários níveis de leitura e de público sem preocupação seletiva ou de diluição, torna-se muitas vezes um fato escandalizante dentro das “ortodoxias artistas”, uma vez que não exclui nem impõe nenhum tipo de pessoa. Isso acrescenta então novo aspecto crítico com relação ao sistema de arte e a desmistifica.

Em alguns projetos o método de abordagem da obra pode estar enriquecido com uma perspectiva ou ótica utilizável em assuntos científicos. É a destruição de um outro tabu. A racionalidade que exige, porém, não pretende colocar a lógica num pedestal, mas também ela passa a ser objeto de crítica e denúncia. A verificação do humano sem proselitismo ou dogmatização pode bem ser a preocupação mais contínua e presente.

RELAÇÕES COM A INSTITUIÇÃO DA ARTE

Até certo tempo achei difícil comprar a “barra” de aparecer como cientista profissional dentro de outra área profissional “oposta”. Tinha a impressão de que os profissionais de arte não aceitavam essa condição. Aos poucos, perdi a impressão. O relacionamento procedeu-se como em qualquer outro grupo, isto é, com dificuldades naturais inerentes às pessoas, pressões externas do meio, etc.

Quanto aos críticos, sempre tive dificuldade de aproximação. Sempre me mantive à distância e com horror a usar as oportunidades para “furar” os muros. Perdi o horror, mas me mantive ainda distante. Acho a crítica necessária e creio que sempre existirá. O desempenho profissional com que é feita é que distingue a necessária da desnecessária. Não concordo com que esses profissionais tenham poder maior que lhes seja dado pelo sistema quando utilizam instrumentos de opinião pública. Mas na realidade não há como neutralizar os efeitos multiplicadores senão desmistificando a ação por um efeito de conscientização maior do próprio trabalho e uma independentização do mercado como meio de sobrevivência econômica.

O público me parece muito mais importante porque nele também está incluída a categoria dos artistas. Não faço restrições ao público. Acho importante qualquer público. Creio que cada um frui a seu modo. O grau de fruição é aberto. Se o nível da obra é esgotado no gole de uma pessoa, azar da obra. Foi pouca para a sede e para o espaço.

EXPERIÊNCIA DO GRUPO

Foi das melhores experiências humanas e profissionais que eu já tive. Com todas as crises de nascimento, crescimento, etc. Quando me afastei “geograficamente” do grupo, considerei uma perda irreparável.
Indispensável para:

a) Lucidez;
b) Estímulo;
c) Sentido de realidade;
d) Informação;
e) Ação no meio em momentos de atuação política.

A existência de um grupo de arte é uma luta contínua contra um condicionamento do artista individualista. As ações podem ser algumas vezes infantis ou superficiais. Mas sem passar pela experiência muita coisa válida não será descoberta.

Do ponto de vista pessoal, a afeição e sentimentos negativos fazem parte da mistura. Tudo muito importante. Ameaçam e cimentam. Fazem crescer ou fragmentam. Quanto à perenidade, é difícil mantê-la. Os grupos também terão de se abrir, fechar, refazer, ampliar, cessar, aparentemente morrer, nascer de novo e tal. Transferi para cá a necessidade de vivenciar em grupo problemas da vida profissional deste setor de atividade. Não creio que possa mais dispensá-lo.

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